segunda-feira, 2 de setembro de 2013

gotinha lispectórica (do conto amor)

Àquela hora o "anjo do lar" repousava semi-morto sobre os limpíssimos móveis... pairava esquecido sobre a janta ja feita... uma certeza insuspeita começava a ecoar no silêncio... parecia que a morte tilintava longe nas janelas apertando braços e corações... o ar e inquietava no espelho... uma presença incômoda se lhe marcava as pálpebras intranquilas às seis da tarde conforme ponteiros impiedosos que não arrastavam o tempo... não tinha farmácias à mão, o cabelo ja estava impecável... mas tudo passaria, os que encheriam a casa com seus deveres amabilíssimos trariam a tranquilidade de volta... a "hora da tarde" sempre doía e suspendia os tempos mas passava... passava sempre.