sexta-feira, 15 de maio de 2015

Gota para preti

ô coisa bonita... e a gente caçoava sem saber do muro em quem picharam "tudo é mágico até virar rotina" e passávamos pirilampicos com as nossas íntimas descobertas astronômico-maritmicas e do mundo que era um habitante nosso e as coisas todas gigantescas evaporadas e malucas delícias... O muro contudo é um muro e não passa, fica sempre la, e a gente com as nossas cobertas fomos pesando no caminho que é curto na verdade, o muro porém é impiedoso e muro, e a gente foi se arrastando pesados tropeçantes carregando o muro na cabeça, e  no entanto o muro fica sempre la, o muro ta lá, e eu olho você e da vontade de chorar e morar no seu cabelo... e te beijar tanto tanto a boquinha, e mecher nos gominhos do seus dedos porque eu gosto de gominho e você fica com aflição, e cansar gostoso com você... que coisa bonita você... eu carrego qualquer muro inteiro pra te olhar... coisa bonita...

presente capitalista pro meu cérebro

talvez por ser tão prolixa a excitação é tão infinita que vem quase numa depressão... tantos milhares de bagulhos viajantes na mente, que querem ser pintados, cantados, costurados, gritados, cada um com seu pequeno e infinito planeta de excitação e medo e dúvida e vulcões, e tudo se multiplicando exponencialmente misturado com o mofo do banheiro, e a chuva que se vier molha a roupa do varal, e as demissões............ e a existência dos playboy, e a porra do problema na porra do celular, e o tempo... ridículo.. ridículo e estúpido e invisível e estreito minúsculo e insuficiente, ridículo e destruidor de qualquer infinito... e zilhões de explosões viajando num milésimo de segumdo murcham as sementes que queriam existir na minha cabeça...